- Museu do Neo-Realismo
- O que é o Neorrealismo?
- Rogério Ribeiro
[N. Estremoz, 1930 - M. 2008]
Expõe pela primeira vez numa exposição colectiva na V EGAP (1950), onde é o segundo artista mais jovem na Secção de Pintura. Presença constante até à última destas exposições, integra as secções de Pintura, Desenho/ Aguarela/Guache/Gravura e Artes Gráficas, participando com um total de cerca de 30 obras.
Nasce em Estremoz, em 1930. Vivendo a sua primeiro infância no Alentejo, cerca de uma década depois já se encontra em Lisboa, cidade onde passa a residir.
Ingressa na Escola de Artes Decorativas António Arroio, onde é aluno de Desenho de Abel Manta, em 1948.
O escultor José Dias Coelho prepara-o para a admissão à ESBAL, no início dos anos 50.
Começa a trabalhar com regularidade no domínio das artes plásticas, participando em acções cívicas de protesto contra o regime.
Também nos anos 50, frequenta o atelier de Júlio Pomar, na Praça da Alegria, onde se desenhava modelo aos sábados de manhã e onde conhece, entre outros, Alice Jorge, Vasco Pereira e Conceição Maria Barreira e Lima de Freitas. Tem depois o seu atelier com Cipriano Dourado, que conhecera em 1948 quando faz a sua primeira viagem a Paris.
É um período em que trabalha intensamente guiado por uma disponibilidade imensa para a descoberta do real, numa relação mediada pelo desenho, só depois pela pintura, cujas temáticas reflectem a sua geografia de vida: o Alentejo, ao qual regressa com frequência; a recolha do sargaço e os pescadores, já que é na Póvoa de Varzim, onde contacta com Lagoa Henriques, que cumpre o serviço militar (1951-1952).
A sua colaboração como desenhador em ateliers de arquitectos, como Chorão Ramalho, o convívio regular com escritores e artistas, muitos dos quais com ligações ao Neo – Realismo, nas tertúlias do Café Gelo e do Café Chiado que frequenta com assiduidade, permitem-lhe aprendizagens muito diversas que vieram a revelar-se fundamentais na sedimentação da sua opção plástica figurativa. É neste contexto que, até 1957, faz ilustrações, entre outras, para romances de Fernando Namora (Casa da Malta, 1954; Minas de S. Francisco, 1955) e de Alves Redol (Vida Mágica da Sementinha – Uma breve história do trigo, 1956).
Aliás, é com o conjunto das ilustrações para Casa da Malta, ás quais junta desenhos e gravuras que, em 1955, realiza a sua primeira exposição individual.
Diversifica então as suas experiencias, abrindo caminho á cerâmica com a realização do seu primeiro painel para a Escola Primária do Alto dos Moinhos (Lisboa, 1956) e, posteriormente, um outro para a Fábrica Petroquímica (Porto, 1959) e para a Estação Avenida (Metropolitano de Lisboa, 1960); à gravura, sendo, em 1956, um dos sócios fundadores da sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses – Gravura e, ainda à tapeçaria, já no inicio dos anos 60.
O referente ao real permanece como um fio condutor, como um valor maior e matricial da sua obra, quer enquanto motivação temática, sígnica ou metafórica.
São estes anos de consolidação coerente de uma narrativa que tem o “homem” como eixo de uma rotula maior e que permitirão a Rogério Ribeiro, até hoje, continuar uma narrativa aberta a reflexiva no sucessivo recentramento que opera da sua própria contemporaneidade.
Exposições Individuais (selecção)
1954
– Lisboa, Livraria Guimarães
1955
– Ilustração para o romance “ Casa da Malta” de Fernando Namora.
- Desenhos e gravuras. Lisboa, Guimarães Editores.
1956
– Coimbra, Galeria O Primeiro de Janeiro [com Cipriano Dourado]
1957
– Gravura Portuguesa Contemporânea. Lisboa, Galeria Pórtico
1958
– Rogério Ribeiro. Madrid, Galeria Abril
- Rogério Ribeiro. Lisboa, Galeria Gravura
1960
– Rogério Ribeiro, 6 pinturas e 4 gravuras. Lisboa, Galeria Gravura
Exposição colectivas (selecção)
1954
– Salão da Primavera. Lisboa, SNBA
1955
– III Exposição de Artistas Plásticos. Lisboa, Galeria Pórtico
1956
– Primeiro Salão dos Artistas de Hoje. Lisboa, SNBA
1958
– Salão Jovem Gravura. Paris, Suécia, Madrid, Roma Portugiesisk Grafik. Goteborg, Goteborgs kunstmuseum
1959
– Exposicion de Grsbados Portuguese Contemporâneos. Madrid, Galeria Abril
- La Jeune Gravure Contemporaine. Paris, Museé National d’Art Moderne 50 Artistas Independentes. Lisboa, SNBA
- L’ Incisione Contemporanea in Portogallo. Roma, Calcografia Nazionale
- III Exposição de Gravura Portuguesa Contemporânea. Lisboa, Galeria Gravura
1960
– Gravura Portuguesa Contemporânea. Porto, Galeria Divulgação 3º Salão de Arte Moderna. Lisboa, SNBA