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- Fernando Namora
[N. Condeixa, 1919 – M. Lisboa, 1989]
Fernando Gonçalves Namora, nasceu em Condeixa a 15 de Abril de 1919.
Escritor português (escreveu obras de poesia e romances, contos, memórias e impressões de viagem), estudou em Coimbra, em 1935, no Liceu José Falcão, e surge como director do jornal académico “Alvorada”. Durante esse período escreve o seu primeiro livro, “Almas sem rumo”.
Em 1938, publica o seu primeiro livro de poemas, “Relevos”, onde se notam as influências do grupo da Presença. No mesmo ano, o romance “As sete partidas do mundo”, obtém o prémio Almeida Garrett. Pela sua actividade artística, é-lhe atribuído o prémio de artes plásticas Mestre António Augusto Gonçalves.
Em 1942, conclui a licenciatura em Medicina, pela Universidade de Coimbra, e abre um consultório na cidade onde nasceu, Condeixa. A sua profissão de médico influenciou em larga medida a sua obra ficcional.
Em 1943, passa a exercer a sua profissão na clínica em Tinalhas, em Castelo Branco (onde viria a escrever “Casa da Malta”).
Em 1944, realiza a sua única exposição individual de pintura, em Castelo Branco. E em Outubro do mesmo ano, muda para Monsanto da Beira.
Em Outubro de 1946, ocupa o cargo de médico municipal de Pavia, no Alentejo.
Em 1949, recebe o Prémio Vértice pela primeira série de “Retalhos da Vida de um Médico”.
Publica no “Boletim do Instituto Português de Oncologia”, em 1951, os primeiros capítulos de um livro inacabado: “Memórias Imaginárias de um Médico”.
Em 1952, com a nova versão do romance “Minas de San Francisco”, recebe o prémio Ricardo Malheiros.
Em 1960, é distinguido com o Prémio José Lins do Rego, pelo romance “Domingo à Tarde”.
O ensaísta Mário Sacramento publica, em 1967, um volume intitulado “Fernando Namora – a Obra e o Homem”.
Em 1972, é atribuído a Fernando Namora o Grande Prémio Sopem.
Já em 1982, foi-lhe atribuído o Prémio Fernando Chinaglia pelo romance “Rio Triste”.
Deixou colaboração dispersa pelas revistas “Sol Nascente”, “Diabo”, “Seara Nova”, “Mundo Literário”, “Ver e Crer”, “Presença”, “Altitude”, “Revista de Portugal”, “Eva”, “Vida Mundial Ilustrada”, “Vértice” e outras.
É um dos escritores portugueses mais traduzidos em todo o mundo, como o caso da tradução “Escenas da la vida de um médico”, de 1954.
Pertenceu ao Instituto de Coimbra, à Instituição de Fernando, o Católico, de Saragoça, à Academia das Ciências de Lisboa, à Academia Brasileira de Letras, à Associação Brasileira de Escritores Médicos, e foi sócio do Instituto de História da Medicina, membro honorário da Universidade do Alasca, do Instituto Médico de Sófia e da Hispanic Society of America, de Nova Iorque.
Em 1986, foi eleito membro da Academia Europeia das Ciências Artes e Letras.
Em 1988, comemora-se o 50º ano da sua vida literária. É agraciado com a Grã-cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.
Fernando Namora morre, em Lisboa, a 31 de Janeiro de 1989.
Obras:
Almas sem Rumo, 1935;
Relevos, 1937;
As sete partidas do mundo, 1938;
Mar de Sargaços (poesia), 1940;
Terra (Novo Cancioneiro), em 1941;
Fogo na Noite Escura (Novos Prosadores), 1943;
Casa da Malta, 1945;
Minas de San Francisco (nova versão em 1952), 1946;
Retalhos da Vida de um Médico (primeira série) (adaptado para cinema em 1962), 1949, 1963;
A Noite e a Madrugada, 1950;
Deuses e Demónios da Medicina (primeira versão), 1952;
O Trigo e o Joio, 1954;
O Homem Disfarçado, 1957;
Cidade Solitária, 1959;
As Frias Madrugadas (colectânea da produção poética), 1959;
Domingo à Tarde (adaptado para cinema em 1966), 1961;
Diálogo em Setembro, 1966;
Marketing (poesia), 1970;
Um Sino na Montanha (1º vol. da série Cadernos de um Escritor), 1970;
Os Adoradores do Sol (série Cadernos de um Escritor), 1972;
Os Clandestinos, 1972;
Estamos no Vento, 1974;
A Nave de Pedra (série Cadernos de um Escritor), 1975;
Cavalgada Cinzenta, 1977;
Resposta a Matilde (adaptado para cinema), 1980;
Rio Triste, 1982;
Nome para uma Casa, 1984;
Sentados na Relva, 1986;
URSS, 1986;
Mal Amada, Bem Amada, 1986;
Jornal sem Data (Cadernos de um Escritor), 1988