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- Pintura mural de Nuno San-Payo
em exposição no Museu do Neo-Realismo
A pintura mural da autoria de Nuno San-Payo doada pelas herdeiras de Lídia San Payo, irmã do pintor, ao Museu do Neo-Realismo em 2020 encontra-se já em exposição.
O mural (uma pintura a seco sobre reboco tradicional assinada por Nuno San-Payo, datada de 1955, com as dimensões de 1,87m X 0,70m) encontrava-se numa parede interior de um imóvel da família, que ia ser vendido, o que implicaria a eventual perda deste património, pelo que a sua remoção e preservação careceu de uma intervenção especializada.
Ainda que traduza um certo cariz bucólico, a composição prossegue uma gramática de feição neorrealista no que respeita ao tema escolhido: o trabalho, a ceifa, o campesinato, temas que pontuaram a intervenção dos autores neorrealistas na década de 1940 e seguinte.
É a única obra de Nuno San-Payo desta tipologia que se conhece, pelo que esta doação muito enriquece o acervo do Museu do Neo-Realismo, não apenas no aumento de obras deste autor no acervo, mas sobretudo pelo ineditismo da tipologia em causa.
Nuno San-Payo é um autor de referência do neorrealismo português, sendo da sua autoria uma das obras emblemáticas do movimento: Saltimbancos, datada 1951, que integra a Coleção de Artes Plásticas deste Museu, por doação do próprio ainda antes da inauguração do atual edifício. Na mesma ocasião o artista doou ainda as obras Entardecer e Subúrbio, ambas de 1949.
Após a sua morte, que ocorreu durante a exposição antológica Pintor Nuno San-Payo implementada pelo Museu do Neo-Realismo entre outubro de 2013 e agosto de 2014, com o comissariado do Prof. Doutor Rui-Mário Gonçalves, foi doada pela viúva do artista a obra Varinas no Cais, de 1950.