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- Nota de Pesar pelo falecimento de Manuel Gusmão
(n. Évora, 1945; f. Lisboa, 2023)
O Museu do Neo-Realismo expressa o seu pesar pelo falecimento de Manuel Gusmão (n. Évora, 1945; f. Lisboa, 2023).
Manuel Gusmão nasceu em Évora, a 11 de dezembro de 1945. Professor universitário (com destaque na área dos Estudos Comparados e da Teoria da Literatura), ensaísta e crítico literário, poeta e tradutor de poesia, militante e dirigente do Partido Comunista Português, licenciou-se em Filologia Românica com uma dissertação sobre os poemas dramáticos de Fernando Pessoa e doutorou-se com uma tese sobre a poesia e a poética de Francis Ponge.
Publicou ensaios sobre Fernando Pessoa, Gastão Cruz, Carlos de Oliveira, Herberto Helder, Sophia de Mello Breyner Andresen, Luiza Neto Jorge, Ruy Belo, Armando Silva Carvalho, Fernando Assis Pacheco, Almeida Faria, Maria Velho da Costa, Nuno Bragança, Maria Gabriela Llansol, Luís de Sousa Costa e José Saramago.
Foi, também, redator das revistas “O Tempo e o Modo”, “Letras e Artes”, “Crítica” e “Seara Nova” e fez parte do Conselho Editorial da Revista “Vértice”.
Manuel Gusmão foi, nas últimas décadas, um intelectual atento e um estudioso no campo do Neorrealismo. Em 1997, participou no Encontro do Neo-Realismo, no Palácio do Sobralinho, em Vila Franca de Xira, com uma comunicação intitulada “Notas sobre o marxismo, representação e meta-representação”. Entre outras colaborações, foi já no atual edifício do Museu do Neo-Realismo que apresentou a sua obra “Finisterra – Trabalho do Fim: recitar a Origem”, com a presença de Nuno Júdice, Osvaldo Silvestre e do diretor científico do MNR David Santos.
Em 2018, publicou pelas Edições Avante a obra “Neo-Realismo - Uma Poética do Testemunho. Alguns Exercícios de Releitura”.
A vida e a obra de Manuel Gusmão são indissociáveis da sua militância política, uma insistência que perpassa toda a sua obra e a sua intervenção. Militante do PCP desde maio de 1974, Manuel Gusmão foi Membro do Comité Central do PCP e da Direção da Organização Regional de Lisboa.
Foi, também, deputado à Assembleia Constituinte pelo círculo de Évora e à Assembleia da República entre 1976 e 1979.
O seu inestimável contributo para a história e divulgação da cultura portuguesa do séc. XX faz de Manuel Gusmão um dos grandes intelectuais do nosso tempo e um autor que nos ajuda a compreender a importância da biografia na obra de um escritor.
O Museu do Neo-Realismo apresenta as mais sinceras condolências à sua família e amigos.