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- Morreu Jorge Silva Melo
aos 73 anos
Jorge Silva Melo, nome maior da cultura portuguesa, foi encenador de reconhecido mérito, mas também ator, cineasta, dramaturgo, tradutor, professor e crítico, tendo um papel decisivo na renovação do teatro em Portugal após o 25 de Abril de 1974.
Com apenas 15 anos começou a escrever sobre cinema no suplemento juvenil do Diário de Lisboa, tendo dedicado toda a sua vida ao teatro, ao cinema e à literatura. Depois de frequentar Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, estudou na London Film School e estagiou em Berlim junto de Peter Stein e em Milão junto de Giorgio Strehler, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Fundou e dirigiu, com Luís Miguel Cintra, o Teatro Cornucópia entre 1973 e 1979. Em 1995 fundou a companhia Artistas Unidos, da qual foi diretor artístico até à data da sua morte.
É autor das peças de teatro como Seis Rapazes Três Raparigas, António, Um Rapaz de Lisboa, O Fim ou Tende Misericórdia de Nós, Prometeu, Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos, Eu Não Quero Viver, Não Sei (em colaboração com Miguel Borges), O Navio dos Negros e ainda do libreto de Le Château dês Carpathes (baseado em Júlio Verne) de Philippe Hersant.
No cinema realizou várias longas metragens, como Passagem ou A Meio Caminho, Ninguém Duas Vezes, Agosto, Coitado do Jorge, António, Um Rapaz de Lisboa, a curta-metragem A Felicidade, sendo o seu mais recente filme Sofia Areal: Um Gabinete Anti-Dor, de 2016.
Realizou também documentários, entre os quais A Gravura: Esta Mutua Aprendizagem, sobre a Sociedade Portuguesa de Gravadores Portugueses, que foi apresentado no Museu do Neo-Realismo em 2013 e que contou com a sua prestimosa presença. Jorge Silva Melo colaborou com o Museu do Neo-Realismo em várias outras ocasiões, nomeadamente em 2009 numa conversa em torno da fotografia portuguesa dos anos 50, no âmbito da exposição Batalha de Sombras, e em 2007 na iniciativa Encontros e Desencontros com o Neorrealismo.