-
Museu do Neo-Realismo
-
O Museu
-
Notícias
- Arquimedes da Silva Santos recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lisboa

Arquimedes da Silva Santos foi distinguido com o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade de Lisboa. A cerimónia decorreu no dia 27 de março de 2018, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa, com início às 11h30. A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira foi representada pela Sr.ª Vereadora do Pelouro da Cultura, Manuela Ralha.
Arquimedes da Silva Santos é uma das grandes figuras da história política e cultural do Concelho de Vila Franca de Xira. Nascido em 1921 na Póvoa de Santa Iria, constituiu com Alves Redol, Carlos Pato, Garcez da Silva, Júlio Graça ou Bona da Silva o chamado grupo neorrealista de Vila Franca de Xira. Humanista de dimensão maior, Arquimedes da Silva Santos foi uma das figuras mais importantes no projeto de institucionalização definitiva do Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira, tendo contribuído de um modo ativo em todas as suas etapas fundamentais, enquanto membro fundador da primeira Comissão Instaladora.
Também por essa razão, a exposição biobibliográfica “Arquimedes da Silva Santos, Sonhando para os Outros”, marcou o início do ciclo de exposições dedicadas a autores neorrealistas, aquando da inauguração das novas instalações do Museu do Neo-Realismo, em 2007.
A par desta exposição, o Município prestou homenagem a Arquimedes da Silva Santos através da produção de uma escultura, da autoria do mestre Francisco Simões, alusiva ao seu percurso humanista e à sua intervenção nas áreas da ciência, da literatura e da arte, que instalou na Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria.
A presença e colaboração de Arquimedes da Silva Santos com o Museu do Neo-Realismo tem sido sempre uma constante, motivo pelo qual, no âmbito do 10.º aniversário do Museu, em 2017, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira integrou nessa comemoração uma Sessão de Homenagem a este Escritor. Nesse contexto foi também feito o lançamento de Plinto, o livro que teve edição prevista no “Novo Cancioneiro” em 1944, mas que acabou por ser adiada. Tal como referido por Fernando J. B. Martinho, o lançamento deste livro fez assim “justiça a um título que esperou mais de 70 anos pela sua reavaliação”.
Arquimedes da Silva Santos – Notas Biográficas
Nascido em 1921 na Póvoa de Santa Iria, Arquimedes da Silva Santos constituiu com Alves Redol, Carlos Pato, Garcez da Silva, Júlio Graça ou Bona da Silva o chamado grupo neorrealista de Vila Franca de Xira.
Em Coimbra, para onde foi estudar medicina, integrou o grupo da Revista Vértice, do qual, aliás, foi um dos fundadores. No âmbito destes grupos desenvolveu atividades culturais, políticas e literárias. Poeta, colaborou nos periódicos “O Diabo”, o “Mensageiro do Ribatejo”, o “Sol Nascente”, e “Seara Nova”, entre outros, tendo também sido o autor do Hino do Movimento de Unidade Democrática - MUD.
Licenciou-se em Medicina com o Curso de Ciências Pedagógicas pela Universidade de Coimbra, em 1952. Foi um dos pioneiros no Quadro de Especialistas em Neuropsiquiatria Infantil da Ordem dos Médicos.
Bolseiro do Governo Francês para aperfeiçoamento em Pedopsiquiatria e Psicopedagogia na Salpetrière e na Sorbonne, foi convidado para Assistente estrangeiro na Faculdade de Medicina de Paris, obtendo o diploma daquela especialidade.
Na Fundação Calouste Gulbenkian esteve como assistente-investigador e docente no Centro de Investigação Pedagógica do Instituto Gulbenkian de Ciência.
Foi fundador, professor e presidente do Conselho Pedagógico da Escola Superior de Educação pela Arte do Conservatório Nacional de Lisboa e integrou a Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa, como Professor-coordenador e Presidente do Conselho Artístico-Científico.
Teve um papel pioneiro e destacado em várias organizações e associações ligadas à Intervenção Artística e à Arte-Educação.
Foi agraciado pela Presidência da República em 1998, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2001, com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública.
A sua obra divide-se entre a Poesia – com o seu primeiro livro Voz Velada em 1957 e Cantos Cativos em três edições (sempre) aumentadas –, e a Ensaística, essencialmente no campo da Psicopedagogia e da Educação pela Arte.