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- I Bienal de Artes Plásticas - Grupo de Artistas e Amigos da Arte (GART)
(𝗩𝗶𝗹𝗮 𝗡𝗼𝘃𝗮 𝗱𝗮 𝗕𝗮𝗿𝗾𝘂𝗶𝗻𝗵𝗮, 𝟮𝟰 𝗱𝗲 𝗷𝘂𝗹𝗵𝗼 𝗱𝗲 𝟭𝟵𝟰𝟲; 𝗟𝗶𝘀𝗯𝗼𝗮, 𝟭𝟯 𝗱𝗲 𝗮𝗯𝗿𝗶𝗹 𝗱𝗲 𝟮𝟬𝟮𝟱)
O Museu do Neo-Realismo lamenta o falecimento do Coronel Carlos Matos Gomes, Capitão de Abril.
Em 2024, por ocasião da exposição e da apresentação do livro que celebra os 50 anos de percurso de Alfredo Cunha, no Museu do Neo-Realismo, Carlos Matos Gomes esteve no nosso auditório para relatar um pouco dos acontecimentos da data fundadora da nossa democracia – o 25 de Abril. Nos últimos 50 anos, foi este um dos compromissos que assumiu com velhas e novas gerações, salvaguardando a memória e inspirando o presente e o futuro.
Carlos Matos Gomes iniciou os seus estudos secundários no Colégio Nun’Álvares, em Tomar e em 1963 entra para a Academia Militar.
Após o ingresso no exército português, foi um dos muitos jovens da sua geração que se viram forçados a participar na Guerra Colonial. Cumpriu comissões em Moçambique, Angola e Guiné e foi ferido em combate, tendo sido um militar condecorado com as medalhas de Cruz de Guerra de 1ª e de 2ª Classe e com a Medalha Colectiva da Ordem da Torre e Espada.
Carlos Matos Gomes associou-se desde a primeira hora ao Movimento dos Capitães, na Guiné, e teve um papel central nas ações que conduziram à Revolução do 25 de Abril de 1974. Durante o ano de 1975 foi membro da Assembleia do MFA.
Autor de ensaio histórico e de ficção, publicou obras de investigação de história militar, entre eles, ‘Nó Górdio – Moçambique 1970’, para a coleção Batalhas de Portugal; ou ‘Um Repórter na Guerra Colonial’, com Fernando Farinha. Em coautoria com Aniceto Afonso publicou ainda ‘Guerra Colonial’; ‘Os Anos da Guerra Colonial’; ‘Portugal e a Grande Guerra’; e ‘Alcora – A aliança secreta do colonialismo’.
Publicou, também, nove romances, entre eles “Nó Cego”, considerado um romance canónico da literatura sobre a guerra colonial. “Os Lobos não Usam Coleira”, adaptado ao cinema por António-Pedro de Vasconcelos com o título “Os Imortais” e “Fala-me de África” adaptado a série de televisão. Foi argumentista de um filme de longa metragem “Portugal SA” e colaborador de Maria de Medeiros no guião do filme Capitães de Abril.
À sua família e amigos, o Museu do Neo-Realismo expressa as mais profundas condolências.