𝗡𝗼𝘁𝗮 𝗱𝗲 𝗽𝗲𝘀𝗮𝗿 𝗽𝗲𝗹𝗼 𝗳𝗮𝗹𝗲𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗲 𝗙𝗲𝗿𝗻𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗝.𝗕.𝗠𝗮𝗿𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼

(𝗣𝗼𝗿𝘁𝗮𝗹𝗲𝗴𝗿𝗲, 𝟭𝟵𝟯𝟴; 𝗟𝗶𝘀𝗯𝗼𝗮, 𝟮𝟬𝟮𝟱)

O Museu do Neo-Realismo expressa o seu pesar pelo falecimento de Fernando J.B. Martinho.

Ao longo das últimas décadas, Fernando J.B. Martinho deu um contributo inestimável para o desenvolvimento e a divulgação da investigação sobre o Neorrealismo. Foi um amigo próximo deste Museu e esteve connosco em diversos momentos, dos quais destacamos a sessão “encontros e desencontros com o neo-realismo”, em 2009, na qual foi conferencista central; no Congresso Internacional "Por Todas as Estradas do Mundo", no âmbito da exposição dedicada ao centenário de Manuel da Fonseca, em 2011; na sessão “Modernismos e Neorrealismos”, integrada na programação da exposição “Tudo existe o que se inventa é a descrição Joaquim Namorado 100 anos”, em 2015; no lançamento do livro “Plinto”, de Arquimedes da Silva Santos, em 2017; ou no Colóquio Internacional “Figurações da Criança na Literatura Neo-Realista”, dentro da programação da exposição "Miúdos, a vida às mãos cheias - A infância do Neo-Realismo português", em 2018.

Poeta, crítico literário e ensaísta, licenciado em Filologia Germânica, doutorado em Literatura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Fernando J.B. Martinho foi professor do Departamento de Literaturas Românicas desta mesma Faculdade e leitor de Português nas Universidades de Bristol (Inglaterra) e da Califórnia, em Santa Bárbara (EUA).

Enquanto crítico e ensaísta, o seu trabalho foi, essencialmente, dedicado à poesia portuguesa contemporânea e às literaturas africanas de expressão portuguesa, colaborando em várias publicações, palestras, conferências e debates.

Prefaciou obras de Francisco José Tenreiro, Urbano Tavares Rodrigues, António Ramos Rosa, Luandino Vieira, António Osório, João Rui de Sousa, entre outros e participou em diversos volumes coletivos, como “Luandino: José Luandino Vieira e a Sua Obra (1980)” e “Studies on Jorge de Sena (Santa Bárbara, 1981)”. Foi um colaborador fundamental no Dicionário de Literatura (dir. Jacinto do Prado Coelho) e no Grande Dicionário de Literatura Portuguesa e de Teoria Literária (dir. João José Cochofel).

Fernando J.B. Martinho foi, também, um poeta publicado e está representado em diversas antologias de poesia portuguesa, como a Antologia de Poesia Universitária (1964), a Poesia Portuguesa do Pós-Guerra (1965), Hiroshima (1967), Poesia 70 (1970), Poesia 71 (1971), 800 Anos de Poesia Portuguesa (1973), Antologia da Poesia Portuguesa: 1940-1977 (1978), etc.

Foi presidente do Centro Português da Associação Internacional dos Críticos Literários.

À sua família, amigos e colegas, o Museu do Neo-Realismo expressa as mais profundas condolências.