- Museu do Neo-Realismo
- Exposições
- Júlio Pomar e a Experiência Neo-Realista
Curadoria: David Santos e Luísa Duarte Santos
"Do fim da guerra até 1953, ano dos estudos do “Ciclo do Arroz” e dos últimos artigos publicados sob um imperativo intervencionista, Júlio Pomar (n. 1926) tornar-se-á o grande ideólogo do neo-realismo artístico, dirimindo palavras de significado político em sintonia com uma sede de inovação artística. A partir de um tom sempre reivindicativo, baseado na reflexão do presente vivido e ainda na projecção de um futuro mais justo na sua dimensão humanista, será na verdade o incansável farol do movimento, congregando o entusiasmo de uma nova geração de artistas que procuraram aliar uma ética de compromisso social e político com a expressão de uma modernidade estética de cariz vanguardista.
À generosidade humanista desse posicionamento doutrinário, Pomar faria corresponder uma vasta produção pictórica de valor crítico e consciencializador em torno dos problemas sociais do povo português, do campesinato ao operariado. Sendo o mais profícuo e experimental nessa apetência temática ou semântica, desenvolve uma sintaxe de múltipla inspiração moderna que privilegia pontualmente uma certa monumentalização desse anónimo povo trabalhador.
Realizada sob a óptica de uma estreita relação entre o fazer da pintura e a centralidade da figura humana, a sua obra resulta da alternância mantida entre o pretexto narrativo e o exercício formal autónomo. Confluíam aí o político-social e o artístico, numa orientação atravessada pela mensagem ideológica que a figura-corpo de operários e camponeses revelava em marcação deliberadamente crítica, inspirada por uma leitura marxista sobre as desigualdades sociais, a exploração do homem pelo homem, na esperança de uma transformação do mundo."
Textos dos curadores
David Santos
Luisa Duarte Santos
Texto de Filipa Oliveira
Sobre Júlio Pomar e a experiência neo-realista
Biografia [1926-1958]
Exposições [1942-1958]
Bibliografia [1942-1958]