- Museu do Neo-Realismo
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- Baptista-Bastos - Prosador do Mundo
Curadoria: David Santos e Luísa Duarte Santos
"O arranque de um escritor pode ser associado a uma série de imagens mais ou menos precisas; o de Baptista-Bastos está claramente ligado a dois universos de referência na cultura portuguesa do século XX: o jornalismo, (da reportagem à crónica) e o movimento cultural oposicionista do neo-realismo (da literatura à política).
Na verdade, em meados dos anos 50, o eco contestatário da literatura neo-realista apurou em Baptista-Bastos uma ética intelectual e um desejo de transformação da sociedade portuguesa que não mais abandonariam as cinco décadas da sua profícua vida literária. Os temas da justiça social e da força aglutinadora das ideias traduzem em milhares de artigos e dezenas de livros publicados, entre entrevistas, ensaio e romance, uma profunda convicção na afirmação da humanidade, cultivando um compromisso de envolvimento e partilha, pois tal como nas palavras do próprio autor, “tanto no jornalismo como na literatura, sempre procurei actuar tendo em consideração o profundo significado moral e social que preside a todo o comportamento humano. Na Imprensa e na Literatura sou um narrador ‘participante’; quero dizer: recuso a falácia da ‘distanciação’ e da ‘neutralidade’, que têm afastado leitores e desprezado a cidadania. E adianto: em todos os textos (literários ou jornalísticos) subjaz profunda componente ideológica”. Entre a emoção e a razão, o jornalista e o escritor afirmam a sua incontornável parcialidade, os afectos, as opções e a defesa de valores cívicos que não devem ser ocultados. Escrever com “honra, com clareza e com veemência” constitui desde sempre a matriz de intervenção cultural de um homem que não foge ao seu compromisso com o leitor e o cidadão."
Texto dos Curadores
David Santos e Luisa Duarte Santos
Ensaios
Maria Lúcia Lepecki
Paulo Sucena
Sobre Baptista-Bastos
Biografia
Bibliografia