- Museu do Neo-Realismo
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- Alice Jorge - Traços, Ecos e Revelações
Curadoria de Paula Monteiro e Helena Seita
Revelar a obra e o percurso artístico de Alice Jorge a partir de uma parcela do seu espólio foi o propósito desta exposição, que resulta da entrada nas coleções do Museu do Neo-Realismo de mais de centena e meia de obras de arte, a par de um vasto conjunto de outros bens culturais.
As obras executadas na década de 50, encaradas como representação de uma “poética do quotidiano”, que pela sua placidez e lirismo estariam distantes do caráter contestatário do neorrealismo, não deixam de entrever o seu ideário, pelas temáticas abordadas, denotando uma subsidiariedade não tão formal mas mais ao nível da significação, muito sensível à questão social da mulher do seu tempo.
Nas décadas de 60 e 70, acompanha ainda a figuração do feminino, centrando-a agora num contexto mais íntimo, o do próprio corpo, num delinear de figuras em traços rápidos e seguros, privilegiando, de alguma forma, o “exercício informalista do inacabado”.
Deste período surgem-nos também obras cuja abstração e geometrização configuram a procura de um novo “entendimento do fazer artístico”, mais liberto e abstratizante.
Complementando a exposição das obras de artes plásticas, convocámos para o espaço intermédio, de passagem, um conjunto de bens que testemunham a vida de Alice Jorge e o seu percurso artístico.
Para além da contemplação dos registos materiais, evocamos Alice Jorge através das suas próprias palavras, em excertos de entrevista áudio, que nos dão eco de uma das mais interessantes “intervenções” estéticas e sociais da sua época.