- Museu do Neo-Realismo
- Agenda
- Exposição Itinerante 'Soeiro - Sur le Chemin de la Liberté'
Curadoria: Luísa Duarte Santos
de 5 a 31 de Outubro de 2010
A Casa Amadis, associação lusófona de Montpellier (França) e o Museu do Neo-Realismo de Vila Franca de Xira (Portugal) apresentaram, de 4 a 15 de Outubro, uma exposição sobre o escritor Soeiro Pereira Gomes:
Exposição SOEIRO PEREIRA GOMES, SUR LE CHEMIN DE LA LIBERTÉ
Inaugurada no dia 7 de Outubro pela Presidente da Câmara Municipal de Montpellier, Dr.ª Hélène Mandroux, e pelo Presidente de Casa Amadis, Prof. Tito Livio Santos Mota, com a presença da Cônsul Geral de Portugal em Marselha, Dr.ª Maria da Conceição Pilar.
Seguiu-se a conferência "Cruzando olhares sobre o Néo-Realismo - Portugal / Brasil / Itália
com:
D. Isabel CANCIO NUNES (sobrinha do autor) Prof. Tito Livio Santos Mota (Casa Amadis)
Prof. le Professeur Gonçalo DUARTE (Instituto Camões)
Prof. Jean-Claude MIRABELLA (Universidade III Paul Valéry - Montpellier)
Joaquim Soeiro Pereira Gomes (1909, Gestaçô – 1949, Lisboa) é uma personalidade incontornável na história da cultura e da resistência do século XX. Pioneiro e vulto maior do movimento neo-realista, empenhou a sua vida por uma causa. Enquanto escritor funde uma poética de olhar atento e compassivo, de uma certa interioridade, com uma perspectiva do realismo humanista de intervenção social, influência inicial presencista que se vai confrontando, e enformando, com a realidade crua e sofrida dos que lhe estavam próximos, e com eles acompanhando as mudanças de um estado injusto e repressor. De “vocação perdida”, Soeiro cumpriu a “estrada do seu destino” que escolheu consciente e generosamente. Assim viveu, assim morreu aos 40 anos.
Do Douro ao Tejo, do mundo rural ao mundo industrial, do amor da família ao afecto aos seus ‘meninos” e aos homens, dos sonhos adolescentes aos convictos ideais, Soeiro sempre preservou os valores da justiça e da liberdade. Defendendo-os nas ideias e nas acções, fosse nas actividades cívicas ou militantes, ou no labor literário, na dinamização social e cultural de âmbito local ou na luta pela transformação social, nos contos ou nos romances que escrevia; porque a sua vida e a sua escrita formavam uma unidade, na essencialidade do ser humano.Talvez por isso, “Esteiros” constitui um dos mais humanistas e tocantes testemunhos doados à nossa literatura. Como alguns críticos afirmaram, bastou este livro para Soeiro entrar directamente na história literária e cultural portuguesas.
O seu talento sensível também ganhou expressão nos primeiros contos e crónicas, no romance “Engrenagem” e nos “Contos Vermelhos”. Muitos projectos idealizados ao longo de anos demasiados atarefados, e depois pela clandestinidade, ficaram por consumar. De dois romances “Companheiros” e “Comunistas” e um livro de crónicas “Diário de um foragido” remanescem apontamentos e anotações para personagens, enredos, quadros, pequenas histórias que dedicava aos homens, como lhes dedicou a sua própria vida.
Contactos:
CASA AMADIS Association Culturelle de Langue Portugaise de Montpellier
Espace Jacques I d'Aragon 117, rue des États Généraux
34000 Montpellier
Telefone: 04 67 64 02 75
E-mail : amadis_montpellier@yahoo.fr