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- Arquimedes da Silva Santos
- Póvoa de Santa Iria, 1921 – Lisboa, 2019
Arquimedes da Silva Santos nasceu na Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira, a 18 de junho de 1921.
Médico, professor, poeta e ensaísta, pioneiro da educação pela arte em Portugal, Arquimedes da Silva Santos teve intervenção nas áreas política, cívica e artística, tendo sido uma das grandes figuras da história política e cultural do Concelho de Vila Franca de Xira.
Opositor ao regime salazarista, foi preso na sequência da participação na campanha presidencial de Norton de Matos em 1949, torturado e levado a julgamento em Tribunal Plenário. Após a sua libertação, foi proibido de exercer medicina em todos os organismos do Estado.
Licenciou-se em Medicina na Universidade de Coimbra em 1951, onde fez também o Curso de Ciências Pedagógicas, tornando-se especialista em neuropsiquiatria infantil. Foi bolseiro do governo francês para aperfeiçoamento em Pedopsiquiatria e Psicopedagogia na Salpetrière e na Sorbonne e convidado para Assistente estrangeiro na Faculdade de Medicina de Paris, obtendo o diploma daquela especialidade.
Foi assistente do Centro de Investigação Pedagógica do Instituto Gulbenkian de Ciência, fundação onde ministrou vários cursos, e desenvolveu estudos nas áreas da psicopedagogia e das expressões artísticas. Ministrou cursos no Centro Artístico Infantil do Acarte. Foi consultor psicopedagógico para as Comissões de Reforma e Orientadora do Conservatório Nacional e responsável pela Escola-piloto de Formação de Educadores pela Arte no Conservatório Nacional de Lisboa. Foi fundador, professor e presidente do Conselho Pedagógico da Escola Superior de Educação pela Arte do Conservatório Nacional de Lisboa, até à sua extinção em 1984, e professor-coordenador na Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa, até à sua aposentação, em 1999.
Teve um papel pioneiro e destacado em várias organizações associadas à Intervenção Artística e à Arte-Educação, nomeadamente na Associação Portuguesa de Educação pela Arte, no Instituto de Apoio à Criança, na Associação Portuguesa de Educação Musical e na Associação Portuguesa de Musicoterapia.
Enquanto universitário em Coimbra desenvolveu grande atividade literária e teatral, nomeadamente no TEUC – Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra e no Ateneu de Coimbra, tendo privado com poetas e escritores como Egídio Namorado, Carlos de Oliveira, Ferreira Monte, João José Cochofel ou Rui Feijó, com quem partilhou cumplicidades e amizade. Em finais de 1944, com Joaquim Namorado, João José Cochofel, Carlos de Oliveira e Rui Feijó, toma as rédeas da revista Vértice, que virá a tornar-se uma das publicações referência do neorrealismo.
Ligado aos grupos neorrealistas de Vila Franca de Xira e de Coimbra, colaborou com O Diabo, a Gazeta Musical e de Todas as Artes, o Sol Nascente e a Vértice, sendo nesta última que publica, em 1958, o seu primeiro livro de poemas Voz Velada. Só nove anos mais tarde edita Cantos Cativos na Coleção Poetas de Hojeda Portugália Editora. Publicaria novamente quase vinte anos depois uma outra edição aumentada por Livros Horizonte. Para além da poesia, destaca-se a sua produção na área da ensaística, essencialmente no campo da Psicopedagogia e da Educação pela Arte.
Arquimedes da Silva Santos foi uma das figuras mais importantes no projeto de institucionalização definitiva do Museu do Neo-Realismo, tendo contribuído de um modo ativo em todas as suas etapas fundamentais.
À data da inauguração do Museu do Neo-Realismo nas atuais instalações, em 2007, foi inaugurada, também, a exposição biobibliográfica sobre a sua vida e obra – Arquimedes da Silva Santos, Sonhando para os Outros, com curadoria de Luísa Duarte Santos e Fátima Pires. Aquando das comemorações do 10º aniversário do Museu acolhemos o lançamento do seu livro Plinto, fazendo, como refere Fernando J. B. Martinho “justiça a um título que esperou mais de 70 anos pela sua reavaliação”.
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ergueu uma estátua em sua homenagem, tendo dado o seu nome a uma Praça na Póvoa de Santa Iria, sua cidade natal, e atribui-lhe em 2019 a Medalha de Honra, reconhecendo também desta forma a sua intervenção em prol da Cultura, da Educação e da Arte em Portugal.
Faleceu em Lisboa a 8 de dezembro de 2019.
O Espolio de Arquimedes da Silva Santos, encontra-se em depósito no Museu do Neo-Realismo. Começou a dar entrada em 2003. A segunda e terceira parte do mesmo foi entregue respetivamente em 2005 e 2010.Fonte
Catálogo da Exposição Arquimedes da Silva Santos, Sonhando para os Outros, Museu do Neo-Realismo, 2007.
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'Cantos Cativos: poemas coligidos', 1938-58, Porto: Campo das Letras, 2003
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Testemunhos de Neo-Realismos, por Arquimedes da Silva Santos, Lisboa: Livros Horizonte, 2001
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Arquimedes da Silva Santos, Lisboa, 2000
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Cerimónia de Imposição das Insígnias da Ordem do Infante a Arquimedes da Silva Santos pelo Presidente da República Jorge ...
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'Cantos Cativos': 1938-1958, Lisboa: Portugália, imp. 1967, Poetas de hoje; 27
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Arquimedes com João José Cochofel, Lisboa, 1959
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'Voz velada': poemas, por Arquimedes da Silva Santos, Coimbra, 1958
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Arquimedes da Silva Santos com a mulher Maria Luísa, Lousã, 1956
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'Aqui me amortalho', por Arquimedes da Silva Santos, cerca de 1949/50
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'Arquimedes da Silva Santos', por Aleixo, Coimbra, maio de 1948
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3º Concurso Literário Ribatejano. Santarém, 29 de junho de 1945, Diploma: 1º Prémio - Poesia Lírica
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'Plinto', por Arquimedes da Silva Santos, Coimbra, 1944
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'Ouvi antes de partir', por Arquimedes da Silva Santos, cerca de 1940
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Arquimedes com amigos na praia da Ericeira, por Sebastião Goes, fotógrafo, Ericeira, cerca de 1939
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Arquimedes da Silva Santos com cerca de 16 anos, Vila Franca de Xira, cerca de 1937