- Museu do Neo-Realismo
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- Júlio Graça
- Vila Franca de Xira, 1923 – Alhandra, 2006
Júlio Graça, poeta, ensaísta e romancista, nasceu em Vila Franca de Xira a 31 de agosto de 1923.
Foi uma figura destacada da vida cívica e intelectual do Concelho de Vila Franca de Xira, com décadas de trabalho e de luta repartidos entre a sede do concelho e Alhandra, freguesia onde viveu praticamente toda a sua vida, que se constitui ela própria em referência essencial para a sua vida e obra literária.
A sua ação como dinamizador cultural é conhecida, tendo estado ligado a várias instituições de cultura e recreio, destacando-se a sua ação como fundador da Secção de Vela do Alhandra e do Museu de Alhandra - Casa Dr. Sousa Martins, do qual foi responsável durante vários anos. Entre 1998 e 2002 foi o responsável pelo Museu do Neo-Realismo, ao qual esteve sempre ligado, sendo membro fundador da Associação Promotora do Museu e membro da sua Comissão Instaladora.
A sua ligação ao neorrealismo iniciou-se através do núcleo existente em Alhandra, que tinha como figura mais destacada Soeiro Pereira Gomes. Conviveu com diversos autores e artistas plásticos associados ao movimento, como Manuel da Fonseca, Carlos de Oliveira, Armindo Rodrigues, José Gomes Ferreira, Manuel Ribeiro de Pavia ou Rogério Ribeiro.
Como escritor destacou-se pela sua abordagem do meio operário, quer ao nível da experiência fabril, quer dos movimentos sociais da faixa industrial ribeirinha do Tejo. Publicou o seu primeiro livro em 1952, Lezíria. Poemas. É autor de obras de referência, entre poesia, ensaios e romances, como Buza (1954, Romance); O Salário de Judas (1955, Romance); Um Palmo de Terra (1959, Romance); A Espada e o Coração (1962, Contos); Banquete do Deserdado (1967, Poemas); A Voz das Sereias (1968, Romance); Operários Falam. O Trabalho e a Vida (1973, Iniciativas Editoriais); Histórias da Prisão (1975, Iniciativas Editoriais); Ciclo do Preste João (1985); A Lenda do Paraíso (1989) e De Búzio no Ouvido (1996, Poemas).
Faleceu em Alhandra, em 21 de fevereiro de 2006.
O espólio literário de Júlio Graça foi incorporado no Museu do Neo-Realismo por fases em 1993, 1996 e 2006.
Em 2003 foi homenageado pelo município de Vila Franca de Xira e pela Junta de Freguesia de Alhandra, por ocasião do cinquentenário da sua atividade literária, com uma exposição documental sobre a sua vida e obra – Júlio Graça. Vida e Obra –, simultaneamente com o lançamento daquela que seria a sua última obra, Crónica de Libertação da Etiópia.
Fonte
Catálogo da Exposição Júlio Graça. Vida e Obra, Câmara Municipal de Vila Franca e Xira/Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, 2003.