- Museu do Neo-Realismo
- Acervo
- Coleção
- Maria Keil do Amaral
- Silves, 1914 – Lisboa, 2012
A artista plástica Maria Keil do Amaral nasceu em Silves a 9 de agosto de 1914. Aí frequenta a Escola Industrial, vindo depois para Lisboa, onde frequenta o curso Pintura na ESBAL, que abandona, tornando-se autodidata. Aos 19 anos casa com o Arquiteto Francisco Keil do Amaral, iniciando a sua carreira de pintora.
“Diversificando a sua atividade, passa pela Pintura, Desenho, Ilustração, Cerâmica, Tapeçaria, Decoração de Interiores, Design Gráfico e de Mobiliário, Cenografia e Figurinos. Todavia, é no campo da azulejaria que desempenha, durante a década de 50, um papel preponderante. A utilização de uma linguagem plástica com tendência para a simplificação máxima das formas, numa aproximação a esquemas geométricos de grande originalidade e versatilidade, revela-se um dos principais aspectos caracterizadores da sua obra. Não se estranha, portanto, o seu interesse pelo Grafismo e Ilustração, sobretudo de literatura infantil, com trabalhos que evidenciam uma figuração bidimensional e estilizada, com uma dimensão gráfica pessoal que a notabiliza nestes domínios”. *
“Realiza os primeiros trabalhos de maior relevo a partir dos anos 40 [pintura mural para a Exposição do Mundo Português (1940); cenário e figurinos para A Lenda das Amendoeiras (1940); decoração de interiores para o Restaurante Alvalade (1948); painéis decorativos para a Cervejaria Trindade (1952)], logo a seguir à primeira exposição individual de Pintura e Desenho na Galeria Larbom (1939). Nesta fase destaca-se ainda pelo “Prémio de Revelação Souza-Cardoso” (1941), atribuído ao Auto-Retrato que apresenta na VI Exposição de Arte Moderna do SPN.
Nos anos 50 realiza os primeiros estudos para azulejos, numa altura em que começa a colaborar em obras de arquitectura, com revestimento de grandes superfícies [revestimento de azulejos para a Aerogare de Luanda (1954); painel para a Av. Infante Santo (1956); azulejos para o Metropolitano de Lisboa (1958-1959)”.
“A linguagem modernizante a que recorre, através da elaboração formal estilizada, em cores simples que vão dos azuis aos ocres, evidencia uma memória sensível, por vezes quase táctil, da cidade que habita e revela a expressão de uma personalidade e sensibilidade que conferem à sua obra um lugar singular no contexto da arte portuguesa contemporânea, nomeadamente no contexto da Arte Pública. É neste contexto que Maria Keil é considerada a principal introdutora da renovação e reabilitação do revestimento parietal e em particular do azulejo português”. *
Grande defensora dos valores democráticos e dos direitos das mulheres, Maria Keil foi uma resistente, tendo sido presa pela PIDE em 1953. Integrou o Conselho Nacional do Movimento Democrático das Mulheres entre 1977 e 1992, sendo a autora do símbolo que ainda hoje identifica este Movimento – uma papoila rubra.
Faleceu em Lisboa a 10 de junho de 2012.*Alexandra Canelas, in Catálogo da exposição Um tempo e um lugar, dos anos quarenta aos anos sessenta, dez exposições gerais de artes plásticas, Museu do Neo-Realismo, 2005.
Fontes
Fontes Catálogo da exposição Um tempo e um lugar, dos anos quarenta aos anos sessenta, dez exposições gerais de artes plásticas, Museu do Neo-Realismo, 2005.
https://www.facebook.com/FascismoNuncaMais/photos/maria-keil-1914-2012-pintora-e-ilustradora-portuguesa-pertence-%C3%A0-2%C2%AA-gera%C3%A7%C3%A3o-de-p/748653085244073/
https://adfar.dglab.gov.pt/2019/03/06/maria-keil-do-amaral/