- Museu do Neo-Realismo
- Acervo
- Coleção
- Avelino Cunhal
- Seia, 1887 – Lisboa, 1966
Avelino Cunhal nasceu em Seia a 28 de outubro de 1887. Foi advogado, historiador, dramaturgo e artista plástico.
Formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1922 foi nomeado Governador Civil do Distrito da Guarda. Dois anos mais tarde muda-se para Lisboa, onde exerce advocacia, destacando-se na defesa de acusados de crimes contra a nação e práticas subversivas, entre os quais o seu próprio filho, Álvaro Cunhal. Exerceu também o ensino, designadamente como professor de História de Portugal no Colégio Valsassina.
Opositor ao regime salazarista, a sua postura intelectual e política estende-se também à escrita e à arte, tendo-se destacado como pintor e desenhador, sobretudo a partir da segunda metade da década de 40. Esteve preso durante vários meses, um dos quais incomunicável, e os seus textos e obras foram alvo da censura.
Colaborou regularmente com a imprensa periódica, nomeadamente com O Diabo, a Seara Nova e a Vértice. No domínio da ficção é autor de obras como Senalonga (contos, 1965) ou Areias Secas (s/d) e de peças de teatro como Naquele Banco (1947), Ajuste de Contas (1946) e Dois Compartimentos (1944), que escreveu sob o pseudónimo Pedro Serôdio.
Enquanto pintor fiel à estética neorrealista participou a partir da II EGAP em todas as exposições gerais com obras de pintura e ilustração, sendo a sua obra Menino da Bandeira Branca apreendida pela PIDE precisamente na II EGAP, em 1947. “A sua pintura exprime o respeito pelos trabalhadores, tantas vezes retratados a contornos negros quase dramáticos que envolvem diálogos entre cores escuras e baças e cromatismos suaves e luminosos”.*
Faleceu em Lisboa a 19 de dezembro de 1966.
O espólio de Avelino Cunhal foi doado pela sua filha, Maria Eugénia Cunhal, em dois momentos, 2006 e 2014. Contém documentação original referente à produção literária (romance, conto, teatro e ensaio), obras de artes plásticas (uma pintura sobre óleo e diversos desenhos), bem como outros bens diversos relacionados com a vida e obra do autor.*in Catálogo da Exposição Um tempo e um Lugar, dos anos quarentas aos anos sessenta, dez exposições gerais de Artes plásticas, Museu do Neo-Realismo, 2005, p. 54.
Fontes
Adelino Cunha, Álvaro Cunhal: Retrato Pessoal e Íntimo, Lisboa, 2010.
Catálogo da Exposição Um tempo e um Lugar, dos anos quarentas aos anos sessenta, dez exposições gerais de Artes plásticas, Museu do Neo-Realismo, 2005.